Se o suor transpirado tiver uma concentração de sódio semelhante à do plasma, a concentração de sódio no plasma mantém-se constante. Nestes casos a sede é estimulada devido a diminuição de fluido no organismo. O organismo reconhece que precisa de mais água. Contudo, se o suor transpirado tiver uma concentração de sódio superior à do plasma, o que implica a perca de elevadas quantidades de sódio a partir do plasma, a concentração de sódio no plasma diminui. Quando isto acontece, o organismo pode não reconhecer o déficit de fluidos, pois proporcionalmente, em relação à água, o sódio esta diluído. Nestas circunstâncias, o mecanismo da sede não é estimulado até que se verifique uma diminuição severa no volume de fluidos no sistema circulatório, com consequências graves nas restantes funções metabólicas do organismo, nomeadamente no sistema circulatório e urinário. Outros factores que podem afectar o equilíbrio de fluidos no organismo de cavalos durante o exercício físico são o modo como o cavalo bebe água e o maneio do cavalo durante o treino e/ou competição. O transporte, por exemplo, pode causar uma redução no consumo voluntário de água. Além disso, há treinadores que por vezes restringem o consumo de água antes de uma prova, com a intuição de evitar que o cavalo carregue peso extra. Contudo, está cientificamente provado, tanto em cavalos como em atletas humanos, que a restrição de água antes de um período de exercício prolongado pode ser prejudicial por causar um estado de desidratação severo, que por sua vez reduz o volume plasmático suficientemente para afectar a dissipação de calor. Um animal desidratado não pode transpirar adequadamente. Uma das funções da transpiração é libertar o excesso de calor produzido durante o exercício físico. Se o cavalo não consegue transpirar adequadamente ao ritmo que o organismo produz energia calorífica, o animal corre elevados riscos de sofrer de choque hipertérmico, com consequências devastadoras, incluindo danos no sistema nervoso. Em relação ao modo de administração de água, estudos científicos demonstraram recentemente que os cavalos bebem consideravelmente mais água quando esta lhes é fornecida em baldes de água fresca a uma temperatura de 10 a 12ºC, mudada duas vezes ao dia, do que quando têm acesso livre e directo a bebedouros automáticos. Está também provado que, para compensar as percas na transpiração, uma solução salina isotónica contribui para a manutenção do volume plasmático e restituição da perca de peso de um modo mais distinto e duradouro do que simplesmente água. A escolha de uma solução de electrólitos para rehidratação é especialmente importante em cavalos submetidos a exercício físico várias vezes ao dia e/ou durante exercício de endurance (ie: raides), particularmente em condições de temperatura e humidade elevadas.
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