terça-feira, 3 de agosto de 2010

Colicas em cavalos ...







Dr. Carlos Rosa Santos


Todos
os cavalos podem ser afectados por cólicas pois a estrutura e o modo de
funcionamento do intestino são factores que contribuem para o
aparecimento destas. Por outro lado, um cavalo saudável, bem
alimentado, desparasitado e cujo maneio diário seja bom é certamente um
cavalo com menos probabilidades de sofrer cólicas intestinais.




Cólica o Inimigo Comum


No
entanto, não é possível evitar completamente o problema, embora algumas
medidas preventivas possam ser implementadas a fim de diminuir os
riscos. Vamos abordar quatro, começando pela ALIMENTAÇÃO.

Mudanças
bruscas de alimentação são uma causa conhecida de cólicas e embora
alguns cavalos possam tolerar estas mudanças, não se deve assumir que
isto aconteça com todos. De facto, quando se processam alterações ao
regime alimentar, mesmo que não se chegue ao extremo de aparecer uma
cólica há sempre alterações ao nível da flora intestinal que é onde
assenta todo o processo digestivo. Isto acontece com o aparecimento da
erva nova da Primavera, nas mudanças em qualidade e quantidade do feno,
na qualidade e tipo de concentrados fornecidos ao animal.

Mudanças
alimentares devem ser sempre planeadas de modo a que sejam graduais e
efectuadas num período de 3 a 4 dias. Deste modo, as bactérias
intestinais responsáveis pela digestão dos alimentos conseguem
adaptar-se mais facilmente à nova ração.




Cólica o Inimigo Comum


ÁGUA
- Animais cansados, muito quentes ou simplesmente privados de água por
longos períodos podem ser sujeitos a cólicas se beberem subitamente
grandes quantidades de água (mesmo que esta não esteja muito fria).
Deve-se deixar o cavalo arrefecer depois do trabalho e só depois
permitir o acesso livre à água. Uma solução electrolítica misturada na
água faz com que a sede diminua e evita o consumo excessivo de água.

É pois importante que depois do exercício a primeira bebida seja de volume limitado e sem extremos de temperatura.

CUIDADOS
DENTÁRIOS - Dentes em más condições são uma causa conhecida de cólicas
ou diarreias. A mastigação eficaz é uma das fases mais importantes da
digestão, talvez a mais importante pois é a preparação dos alimentos
para sofrerem processos digestivos mais sofisticados.

Os
dentes dos cavalos até aos 12 anos de idade devem ser verificados por
um médico veterinário pelo menos uma vez por ano. A partir desta idade,
"check-ups" frequentes são normalmente necessários. Aconselha-se os
proprietários de animais com episódios regulares de cólica e/ou
diarreia sem causes identificáveis, a solicitarem a verificação da mesa
dentária dos mesmos.




Cólica o Inimigo Comum


PARASITAS INTERNOS
- Mesmo pequenas infestações parasitárias pequenas podem ocasionar
sérios casos de cólica. Cavalos com infestações severas não são um
risco só para eles próprios mas também para outros que com eles
coabitam.

Os Ascarídeos em poldros raramente provocam cólicas, porém são causa de crescimento retardado, pelagem sem brilho e diarreia.

Os
Estrongilos são sempre causa de alterações circulatórias na parede
intestinal e podem causar desde cólicas ligeiras a outras mais graves.
Os pequenos estrongilos podem causar lesões na parede intestinal mas
são raramente causa de cólicas.

Em estudos recentes foi também provado que as ténias são a causa de um tipo muito peculiar de cólica.

Não
queremos deixar de referir a importância de se implementarem programas
de desparasitação que incluam todos os cavalos de uma propriedade ou de
um grupo de cavalos estabulados.

Não se devem só desparasitar determinados animais num grupo pois os que não o forem passam a constituir um risco para os outros.

fonte - equisport-pt


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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Porque do Aquecimento ...














Os Porquês do Aquecimento

                                                                     Texto: Dr. Carlos Rosa Santos (MV)



Aquecer os cavalos antes de uma competição é boa técnica.

Apesar
de existir pouca informação sobre os benefícios do aquecimento antes de
qualquer actividade física que envolva esforço, é sempre aconselhável
fazê-lo. Alguns cavaleiros preferem sessões de aquecimento de baixa
intensidade, enquanto outros preferem fazê-lo executando exercícios
inerentes à própria competição.

Os aquecimentos
de baixa intensidade consistem em exercícios de extensão e elasticidade
tais como circular, espádua a dentro e movimentos de flexibilidade.
Como exemplo de sessões de alta intensidade temos o galopar antes de
uma corrida, voltas apertas e paragens repentinas e violentas.




Os Porquês do Aquecimento



Alguns
cavaleiros preferem concentrar-se na preparação mental; outros utilizam
métodos passivos tais como lâmpadas de aquecimento e massagens. Seja
qual for o método, os objectivos do aquecimento de um cavalo são
aumentar a sua capacidade para a competição, reduzindo o risco de
lesões.

Pouco se sabe sobre os benefícios
específicos do aquecimento antes do exercício propriamente dito. Os
fisiólogos têm opiniões divergentes sobre os possíveis benefícios na
investigação em humanos. Esta investigação em atletas humanos sugere
que o aquecimento melhora a velocidade em corrida, a flexibilidade e a
força em certas partes do corpo. Todavia, o tempo de reacção ao
estímulo não parece ser afectado. Enquanto a velocidade nos 'sprints' e
corridas de fundo pode melhorar, a agilidade não.

A
pouca investigação feita com cavalos sugere que o aumento de rendimento
provocado por uma sessão de aquecimento pode advir de um aumento de
energia disponível e sua utilização. Esta investigação sugere que os
maiores benefícios vão para os cavalos que fazem um trabalho do tipo
aeróbico.




Os Porquês do Aquecimento



Existem várias formas para que o aquecimento possa aumentar o rendimento de um cavalo.

Grande
parte da matéria em questão baseia-se em provas práticas dadas por
treinadores, devido ao facto de existirem poucos estudos sobre o
assunto.

A investigação demonstrou que cinco
minutos de trabalho de 60 a 70% de intensidade (160 a 170 pulsações por
minuto) levam o baço a lançar glóbulos vermelhos no sistema
circulatório. Estes levam oxigénio aos músculos, onde pode ser
utilizado nos sistemas orgânicos de utilização de energia. Todavia, o
baço é controlado pelo sistema endócrino.

A
contracção do baço pode no entanto surgir por mera antecipação do
aumento do exercício. Por esse motivo, o trabalho pode ser necessário
para fazer com que haja como resposta um aumento de glóbulos vermelhos
no sangue.

Também se concluiu que o aquecimento
pode aumentar a utilização de ácidos gordos levando a uma diminuição da
produção de ácido láctico no trabalho subsequente. Os ácidos gordos têm
de ser utilizados em sistemas especiais de utilização de energia que
dependem da utilização do oxigénio. Os ácidos gordos são utilizados em
trabalho pouco puxado onde o cavalo mantém as pulsações entre os 150 e
160 por minuto.

A glicose é utilizada como fonte
de energia em trabalho muito intenso pelos sistemas utilizadores de
oxigénio no organismo que não produzirem a quantidade de energia
necessária com a rapidez necessária. A produção de glicose pode
diminuir na ausência de oxigénio, mas quando isso acontece o subproduto
é o ácido láctico. Este é um ácido forte que tem sido relacionado com o
cansaço e dores musculares.

A subida da
temperatura do músculo através do aquecimento pode diminuir a
viscosidade na sua unidade central do músculo e aumentar a velocidade
de intercâmbios de oxigénio e consequentemente as reacções que fazem
parte das vias de fornecimento desse mesmo oxigénio. O exercício suave
aumenta ligeiramente a temperatura, tendo como resultado provável um
aumento de velocidade na contracção dos músculos.




Os Porquês do Aquecimento


O
consumo de oxigénio aumenta mais rapidamente no início do trabalho,
quando houve um aquecimento prévio; este aumento pode melhorar o
metabolismo aeróbico (com utilização de oxigénio). Nos humanos, o
exercício intenso sem um período prévio de aquecimento mostrou levar a
batimentos cardíacos anormais.

Os exercícios suas
de extensão podem beneficiar a amplitude de movimentos e coordenação
motora, aumentando a elasticidade dos tendões e ligamentos que
circundam as articulações, especialmente nos cavalos que tenham sofrido
lesões na zona articular. Opostamente os aquecimentos inadequados podem
aumentar as lesões musculares.

As aplicações de
calor passivo (lâmpadas de aquecimento) podem ajudar, facilitando o
movimento de uma articulação dorida ou reduzindo a inflamação em zonas
superficiais do corpo. No entanto a aplicação de frio sob a forma de
duche suave pode beneficiar a função circulatória.

O
frio provoca a contracção vascular periférica e possivelmente uma
vasodilatação reflexa dentro dos músculos; estas funções aumentam a
quantidade de sangue disponível para os tecidos activos.

Os
cavalos respondem bem ao trabalho consistente e repetitivo; o
aquecimento pode providenciar uma base para a preparação mental para
uma competição importante. Um dos aspectos mais importantes dos
períodos de aquecimento é a possibilidade de se poder determinar se o
cavalo está bem fisicamente antes de se lhe exigir um esforço. A
análise dos andamentos, a sua atitude e a avaliação das pulsações, são
indicadores valiosos para se poder avaliar se o cavalo está capaz para
a prova que lhe é destinada.

Apesar de não
existir qualquer estudo que possa especificar os benefícios do
aquecimento, existe evidência suficiente para sugerir que o aquecimento
trás benefícios na prevenção de lesões e na "performance". Por outro
lado não haverá qualquer desvantagem se os aquecimentos forem curtos,
de forma a não promoverem a fadiga.

fonte: equisport - pt


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