sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

INFLUENZA EQUINA – A Gripe dos Cavalos


Tal como em outras espécies animais, e também no homem, a gripe dos cavalos é uma doença infecciosa causada pelos influenza-vírus, um grupo viral que se caracteriza por rápidas e constantes mutações. Por isso, vacinas contra esta virose são apenas parciamente eficientes, já que o vírus se modifica periodicamente. Felizmente, a maioria dos casos de influenza equina tendem a ser benignos, representando risco de vida apenas para animais debilitados, muitos jovens ou geriátricos. O maior problema causado por esta doença é de ordem econômica, já que ela acontece em surtos, que causam interrupção das temporadas desportivas, além de restrições ao trânsito de animais. Um bom regime preventivo alia aspectos de manejo – tais como nutrição e sanidade das instalações – a um bom protocolo de vacinação, sempre sob a orientação de um médico veterinário especializado em equinos.


 

          Sintomas e diagnóstico diferencial

Os sintomas da gripe dos cavalos são respiratórios, com tosse, dispnéia (dificuldade respiratória) e presença de secreção nasal esbranquiçada, além de febre, o que deixa os animais abatidos e sem apetite. Se não for reconhecida e tratada a tempo, a influenza pode dar oportunidade para a instalação de infecções secundárias, a mais grave das quais é a pneumonia; casos fatais de influenza geralmente se dão por alguma associação de patologias respiratórias. È muito comum que a influenza seja confundida com o garrotilho, outra doença respiratória comum em cavalos jovens, porém esta causada pela bactéria Streptococcus equi, e como tal sensível à antibioticoterapia. A influenza, como toda virose, não responde ao uso de antibióticos, embora os mesmos às vezes sejam prescritos pelo clínico veterinário em casos de gripe, para combater ou prevenir as infecções secundárias. Uma diferenciação importante entre influenza e garrotilho é que neste último a secreção nasal costuma ser de pus amarelo, e que nele muitas vezes há o característico abscesso dos linfonodos da faringe.

 

 

Expor nossos cavalos a uma variedade de situações e ambientes faz parte de um treinamento correto, mas também pode deixá-los mais suscetíveis a diversas patologias.

 

 

 

         Prevenção 

         A vacinação contra a influenza deve ser anual para todos os cavalos, com reforço em época de surtos, especialmente nas populações de risco, que são éguas matrizes e potros até a idade de quatro anos – em outras palavras, a vacinação é muito importante em haras e jóquei clubes. No entanto, toda vacina apenas estimula o organismo a produzir suas próprias defesas contra a doença; por isso, apenas cavalos saudáveis, bem alimentados e com o sistema imunológico plenamente capacitado têm condições de responderem à vacinação. Pela mesma razão, é inútil vacinar animais que já apresentam sintomas da doença. Também é preciso lembrar que o prazo para que a vacina comece a oferecer proteção é de 14 a 21 dias após a aplicação; por isso, em toda situação (competição, viagem, etc) onde as autoridades sanitárias exijam o atestado de vacinação contra a influenza, tem que haver planejamento para que a mesma seja aplicada com a devida antecedência.

 

Tratamento

Após a confirmação do diagnóstico de influenza, o médico veterinário prescreverá um tratamento individualizado para cada animal afetado. Em geral, recomenda-se:

a)    Isolamento – todo animal afetado, ou com suspeita de influenza, deve ser mantido isolado dos sadios, para diminuir ao máximo a propagação da doença. Quando ocorre epidemia de influenza em haras ou hípicas, pode ser necessário estabelecer uma área de quarentena.

b)    Repouso – todo cavalo acometido por influenza, mesmo que os sintomas sejam leves, deverá ter a atividade de treinamentos suspensa até a plena recuperação, durante um período mínimo de 14 dias, para evitar sequelas permanentes nos pulmões. O ideal é soltura diária em piquete pequeno individual, por algumas horas, e estabulagem em cocheira limpa e arejada. Permanência constante em estábulos úmidos, abafados e pouco higiênicos irá piorar o quadro.

c)     Alimentação – o concentrado deve ser reduzido à metade da quantidade habitual para reduzir o
risco de cólica. Todo alimento deve ser apetitoso e de fácil ingestão e digestibilidade, considerando que muitos animais apresentam irritação de garganta que, em conjunto com a febre, diminui o apetite. Volumoso fresco e tenro (capineira) é o ideal; pode ser necessário amolecer o feno deixando-o de molho em água por aproximadamente duas horas. Em alguns casos, também pode ser necessário molhar o concentrado. Neste caso, é preciso se precaver para que os alimentos não fermentem, o que leva a cólicas.

 

d)    Medicação: é sintomática de acordo com as necessidades do animal, podendo incluir, por exemplo:

1.     Antitérmicos (ex. Algivet) – controle da febre

2.     Soroterapia com complexo multivitamínico e antitóxico – reidratação e reforço do metabolismo, ajudando a combater os sintomas da doença. (Ex.: Andro Soro; ou Hipervit 20.000 mcg e Ornitil diluídos em solução fisiológica.)

3.     Broncodilatores e mucolíticos – para aliviar os sintomas respiratórios e otimizar a eliminação da secreção pulmonar, diminuindo o risco de sequelas e acelerando a cura. Um produto indicado para tanto é o Pulmo Plus Gel.

 

 

 

Na fase de recuperação é interessante adotar um esquema de trabalho leve (muito passo e trote), alimentação balanceada e também o uso de um protocolo de suplementação nutricional, assim acelerando a plena recuperação dos animais, fazendo com que eles ganhem peso, melhorem os valores sanguíneos e os indicadores gerais de saúde, possibilitando que retornem à funcionalidade plena com a menor perda de tempo possível.



Muito Mais sobre cavalos Acessem Cavalobr



terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Limpeza da Baia

Grande parte da saúde e bem-estar dos animais está relacionado com o ambiente em que eles vivem, e não é preciso ser um profundo conhecedor de cavalos para imaginar o tempo que eles passam estabulados. Por esta razão as baias devem ser locais arejados, limpos e confortáveis. Por que não dedicar alguns minutos do seu dia-a-dia à higiene do seu animal?

Veja como você deve fazer:

  1 Manuntenção da cama:
É recomendável examinar a cama do seu animal duas vezes ao dia, preferencialmente de manhã e a tarde. Use o garfo para retirar o esterco e todas as partes da cama molhada pela urina. Coloque tudo em carriola, que posteriormente será levada para uma esterqueira onde devem ser jogados estes restos. A esterqueira deve ser localizada longe das baias para não atrair moscas e evitar a transmissão de doenças. Isto também evita que o odor se propague e deixe as cocheiras com um aspecto ruim tannto para você quanto para o animal, considerando que o cheiro da urina misturada com a serragem é ácido e desagradável.
Quando alguma parte da cama dor retirada, esta deve ser reposta com o mesmo material para evitar desníveis que comprometam sua qualidade. Por exemplo: quando a serragem fica umidecida pela urina e esta for retirada, complete com a mesma quantidade e deixe tudo nivelado usando o próprio garfo.
  2 Limpeza do teto:toilette_baia_01.jpg
Apesar das controvércias a respeito das teias de aranha, que são úteis para prender os insetos, estas não apresentam um aspecto higiênico, por isso é sempre bom retirá-las. Você pode utilizar um lança-chamas para eliminar por completo todas teias, aranhas e outros insetos, porém cuidado: você deve contar com ajuda de pessoas experientes para evitar acidentes. Após este processo, utilize uma vassoura comprida para retirar o que sobrou, mantendo o teto da baia claro e livre de pó e sujeira.
  3 Cuidado com cochos e bebedouros:
Devem ser lavados diariamente utilizando água corrente. Os cochos de ração devem ser limpos com uma escova a cada refeição, evitando que os resíduos da comida apodrecam e possam ser possivelmente injeridos pelo cavalo. Os bebedouros de cimento acumulam mais sujeira dos que os de ferro, sendo estes mais fáceis de limpar.
  4 Dicas para manter a higiene:
Mantenhas as portas sempre limpas e as fechaduras lubrificadas.
Retire os restos de ração do cocho sempre
Aplique antiséptico para esterializar a baia de seu cavalo a cada 20 dias, evitando a ploriferação de fungos e bactérias e logo a transmissão de doenças. Nunca faça isto sem antes consultar um especialista, pois estes produtos podem ser altamente tóxicos.
Outra alternativa para esterializar a baia do seu cavalo é utilizando cal, quando o chão for de terra. Para isto, retire toda a cama da baia, aplique o lança-chamas e por último cubra com cal.
  5 Restrições à camas:
Areia -
A cama de areia é considerada fria, o que pode ser um fator limitante dependendo da região onde se encontra.
Feno - A cama de feno não é a mais indicada, pois pode alterar a alimentação do animal a partir do momento em que o mesmo passa a come-lo. O feno utilizado nas camas geralmente são de baixa qualidade, com maior teor de mofo e fungo, o que pode prejudicar o animal caso ele tenha vontade de come-la.
Serragem - Prefira a serragem de madeira como Pinus, pois não mancham nem prejudicam o pêlo do seu animal, o que não ocorre com as de eucalipitos e outros tipos.
Palha de arroztoilette_baia_02.jpg - Pode ser utilizada somente com a adição de creolina na superfície, para evitar que o animal tente ingerí-la, já que não faz bem. Esta cama também apresenta grande concentração de pó, o que pode irritar o cavalo.
Bagaço de cana - Também pode ser utlizada somento com a adição de creolina, impedindo que o animal coma a cama.


Mais sobre Manejo de Cavalos acesse Cavalobr


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dicas sobre Banho do cavalo


banhos2.jpg

 


       A ducha só com água e escovação deve acontecer quase que diariamente ou sempre que o animal terminar o trabalho, chegar do piquete ou estiver muito empoeirado devido ao pó de feno ou a serragem das baias. Já um bom banho com shampoo deve ser dado pelo menos uma vez por semana com bastante calma e prazer. Quando chegar este dia é provável que seu cavalo já espere ansiosamente, pois ele já perceberá as pequenas alterações que naturalmente acontecem. A movimentação dos tratadores ao pegar os materiais, a arrumação do local do banho, com tudo isso ele já saberá que o grande dia do banho chegou!

A Hora Certa

     O ideal é que este banho aconteça nas horas em que o sol estiver forte para que o animal não sinta frio e a secagem seja rápida. Dê preferência a um local que tenha piso de cimento, um amarrador seguro e uma torneira com bastante água. Amarre o cabresto com uma certa folga, pois provavelmente, na hora que você for lavar a cabeça do cavalo, ele vai querer se esquivar-se, levantando-a fortemente, podendo estirar e provocar um sério acidente.
     Deixe-o ver e cheirar todo material que você vai utilizar durante o banho, para evitar que ele estranhe alguma coisa e fique estressado. Lembre-se que este deve ser um momento prazeroso. Mesmo em relação à água, antes de molha-lo, ofereça-o para beber um pouco caso tenha vontade.
     É importante que a pressão da água não seja muito forte. Nada de esguichos ou vaporizadores use a mangueira. O cavalo é um ser vivo, e pressão demais pode acabar machucando a pele, principalmente nas áreas mais sensíveis.
     É importante antes de molhar o cavalo, ficar atento se a respiração já voltou ao normal (caso tenha sido trabalhado antes) e a temperatura do corpo esteja amena. A temperatura da água pode até ser fria, desde que o dia não esteja gelado. O grande perigo está no choque térmico entre o clima pós-banho e a água, pois pode resfriar demais alguns membros e provocar friagem, dificultando até a locomoção.

Passo a Passo

     Comece molhando todo o animal. Inicie sempre pelas patas. Jogue água nos cascos, boletos e pernas. Vá subindo pelos membros anteriores e depois posteriores. Suba com o esguicho para a garupa e vá seguindo em direção a cernelha. Molhe bem a crina e tenha cuidado para não deixar entrar água nos olhos e ouvidos do cavalo. Deixe que ela escorra entre as orelhas e, se ele deixar, use um chumaço de algodão embebido com oleo mineral para tirar o excesso de cera. Alguns animais podem ser arredios a este contato. Se isto acontecer, procure acalmá-lo para evitar que ele se esquive todas as vezes que você tocar esta região. Não se esqueça dos pêlos do topete. Puxe-os para trás das orelhas e junte-os à crina. Certifique-se de que a água penetra até a pele, na raiz dos pêlos. Feito isso é hora de partir para a limpeza. Dilua em um balde uma parte de shampoo para três partes de água.


     Ao lavar o corpo do cavalo, pode-se usar a luva, esponja ou mesmo as mãos. Vá passando o shampoo com água por todo o corpo do animal em movimentos circulares.
     Para os cascos, use uma escova com cerdas firmes e bastante sabão, esfregue com bastante força e enxágüe bem. Depois, levante a pata e use um limpador de ranilha para tirar todos os resíduos de sujeira e serragem que se encontram nos cascos. Tome cuidado para não ferir esta região que é bastante sensível.
     Em seguida ensaboe bem as patas e esfregue-as com uma escova macia. É comum que o cavalo levante a pata na hora da esfregação. Caso isto aconteça não se assuste, apenas tome cuidado para não ser atingido. Outra parte bastante sensível a cócegas é a região das costas e da garupa. Na hora da esfregação, o cavalo costuma encolher-se ou tentar esquivar-se. Se isso acontecer, alivie um pouco a pressão para que ele não se sinta incomodado.

Dica: caso o animal esteja com pêlo muito ressecado, você pode usar o condicionador em todo o corpo, após o banho. Espalhe o produto em todo o cavalo com o auxílio de uma escova em movimentos circulares e deixe agir por 5 minutos. Em seguida enxágüe com bastante água. Terminando o banho, pegue o escorredor (um rodinho de madeira e borracha) e passe pelo corpo do cavalo, acompanhando o sentido da musculatura (paleta, garupa, pernas), de cima para baixo, e deixe secar no sol.

     Para a limpeza do focinho, chanfro e gananchas, utilize uma escova muito macia ou uma esponja e passe levemente. Estas também são regiões sensíveis e o excesso de pressão pode assustar o animal.
     Use um sabonete ou um shampoo suave para lavar a crina. Não use detergente. Pegue uma escova de plástico e faça penetrar bem a espuma, para remover toda a sujeira. Deixe o shampoo atuar por alguns minutos e enxágüe com água corrente. Procure tirar o excesso com as mãos e evite o uso de pentes para não quebrar os fios da crina. Se você preferir, pode usar um creme condicionador para desembaraçar os fios. Retire a água do pescoço com um raspador de suor. Com a cauda, faça a mesma coisa, escove-a inteira, molhe e desembarace. Depois de enxaguar o condicionador, passe uma escova de cerdas largas para que os fios fiquem bem soltos.


Muito Mais dicas de manejo em Socavalo clique


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010