sexta-feira, 12 de março de 2010

Equitação de Trabalho dá largada ao Campeonato Brasileiro 2010 em Santo Amaro e pode vir a ser chancelada pela FPH

Esporte que já revelou atletas que hoje são campeões nas pistas de Adestramento, como os olímpicos Luiza Tavares de Almeida, Rogério Clementino e Leandro Silva, a Equitação de Trabalho promove a I Etapa do Campeonato Brasileiro nos dias 20 e 21 de março, no Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo (SP).



Organizada pela Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano (ABPSL), a competição será disputada em 9 diferentes categorias: Mirim, Junior, Amador, Cavalos Novos 4, 5 anos e Inéditos, Iniciantes, Intermediária e Principal.

Além da etapa do Brasileiro, faz parte da programação uma gincana e a Liga da Velocidade, na qual vence é o conjunto que terminar o percurso no menor tempo e com o menor número de faltas.

"A Equitação de Trabalho pode contar com apoio da FPH e está aberta à possibilidade da modalidade também ter a nossa chancela", afirma Eduardo Caldeira, novo presidente da entidade máxima do hipismo paulista.

Por dentro da prova

A Equitação de Trabalho é composta por quatro etapas distintas, três delas disputas individuais – Ensino, Maneabilidade e Velocidade – nas quais o cavaleiro monta sempre o mesmo cavalo. A quarta etapa - Condução da Vaca - é obrigatória apenas na disputa por equipe. Para efeito de classificação considera-se a soma dos pontos que o conjunto obteve em cada uma das etapas.



Prova de Ensino É semelhante a uma prova de Adestramento. Realizada a partir de uma reprise com exercícios obrigatórios, a prova tem por finalidade demonstrar as habilidades técnicas do cavalo e seu cavaleiros, atendendo aos comandos do cavaleiro com imediata presteza.

Prova de Maneabilidade - Objetiva colocar em evidência a capacidade do conjunto (cavalo/cavaleiro) superar com tranqüilidade, precisão, estilo e regularidade alguns obstáculos que reproduzem as dificuldades encontradas no campo. Estes obstáculos, numerados e distribuídos num percurso pré-estabelecido na pista, devem ser transpostos apenas ao passo e ao galope, com estilo e facilidade, e a cada um deles é atribuída uma nota, além das notas de conjunto.



Prova de Velocidade - Pista similar a da Maneabilidade, a prova deve ser cumprida no menor tempo possível. Os obstáculos podem ser transpostos em qualquer andamento.



Prova da Vaca - Etapa obrigatória apenas para a disputa em equipe. Realizada numa pista retangular, cercada e delimitada, tem como objetivo a separação de uma rês de um lote e sua condução a outro extremo da pista.

Origem do esporte

Invenção de italianos e franceses, o esporte tem como finalidade demonstrar o trabalho diário no campo, num simulacro de obstáculos e situações reais. A modalidade reúne, numa única competição, cavaleiros e amazonas montando cavalos de diversas raças.

A Equitação de Trabalho nasceu de pequenas competições regionais da França e Itália, e logo se expandiu para outros países europeus, conquistando em especial Portugal e Espanha. Juntos, estes países desenvolveram um regulamento em comum com o objetivo de unificar os conceitos eqüestres, respeitando, porém, as diferentes tradições da lida no campo.

A unificação das regras possibilitou a instituição do Campeonato da Europa de Equitação de Trabalho em 1998, disputado, hoje, por equipes da Espanha, França, Inglaterra, Itália e Portugal. Em 2000, Brasil e México adotaram a modalidade, possibilitando a organização, em 2002, do I Campeonato Mundial de Equitação de Trabalho em Portugal.

Na disputa, cavaleiros, amazonas e animais se apresentam com equipamentos e trajes típicos de suas regiões, definidos pelo regulamento de cada país.

Brasil no topo do 1º Mundial

O cavalo Lusitano foi o introdutor da Equitação de Trabalho no  Brasil em 2000.

Promovendo clínicas e cursos em parceria com criadores, além de contratar o mestre português Bento Castelhano, a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Puro Sangue Lusitano (ABPSL) formou uma equipe que representou o País no I Campeonato Mundial de Equitação de Trabalho, realizado em outubro de 2002, na cidade de Beja, Portugal.

Competindo com equipes da Itália, França, Espanha, Portugal e México, o Brasil surpreendeu. Na disputa individual a medalha de ouro ficou para Fábio Rogério Lombardo montando Brilho do Rimo, animal de propriedade do Haras da Prata, enquanto a medalha de Bronze foi para Luciano Pereira Alves montando Navarro (AJR), cavalo Campeão Europeu da modalidade e propriedade, à época, da Top Agropecuária, de Tonico Pereira.

Na disputa por equipe o Brasil foi medalha de Prata, ficando atrás, apenas, de Portugal. A equipe foi formada pelos conjuntos Fábio Lombardo/Brilho do Rimo, Luciano Pereira Alves/Navarro (AJR), Leandro Aparecido da Silva/Nobel do Retiro - criação e propriedade de Eduardo Fischer - e Ananias Torres de Macedo que montou Principal do Retiro, animal de criação de Eduardo Fischer e propriedade à época de Manuel Tavares de Almeida Filho.

A Equitação de Trabalho ganhou uma associação internacional em janeiro de 2005, quando foi fundada em Roma, Itália, a WAWE - World Association for Working Equitation. O principal objetivo da entidade é manter constante intercâmbio entre os países que praticam o esporte, desenvolver seu regulamento e divulgar mundialmente a modalidade.

Vencer os obstáculos do percurso com eficiência e segurança: este é o conceito resumido da Equitação de Trabalho, esporte que exige agilidade, entrosamento e equilíbrio entre cavaleiro e cavalo.

Fonte: FPH / Country Press - Rute Araújo; fotos: Ney Messi/Arquivo Country Press

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